quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Viagem Insólita

Um dos melhores filmes de 2014, já disponível no Netflix.

Locke
(ING; 2014)
Dir.: Steven Knight
Com Tom Hardy, Ruth Wilson, Olivia Colman, Andrew Scott
1h24min - Drama


Se você gosta de filmes agitados, não precisa terminar de ler esse post.

O mesmo vale para o leitor claustrofóbico.

Mas se você não se enquadra em nenhuma das "categorias" acima, você está apto a assistir a um dos filmes mais interessantes e bem construídos do ano. Estou falando de Locke.

E Locke é um filme a ser evitado por os dois públicos citados, porque se trata de uma história muito boa, muito tensa e que se passa - integralmente - dentro de um carro.

O personagem-título, é um homem que cometeu um erro. E por conta desse erro, tomou uma decisão que lhe obrigará a fazer uma viagem de carro em direção à Londres, por uma hora e meia (o tempo do filme). E no caminho, resolverá algumas pendências por telefone.

Imagine se fosse no trânsito de São Paulo...

Acredite quando digo que este é um dos filmes imperdíveis de 2014. 

O primeiro motivo é o melhor que o filme tem: Tom Hardy. O ator que tem um repertório que trafega desde comédias bobinhas (Guerra é Guerra) a Vilões (Bane em O Cavaleiro das Trevas Ressurge), entrega uma das melhores interpretações do ano. Rico em trejeitos e tiques que ajudam a mostrar uma complexidade por trás da aparência calma de um homem que, em teoria, tem quase tudo sob controle. 

O enredo enxuto e bem amarrado faz a tensão emergir na tela à medida em que a situação vai se tornando sufocante para o protagonista, de acordo com as reações dos demais personagens que estão do outro lado das conversas telefônicas. E aqui vale destacar outro grande ponto do filme: As interpretações coadjuvantes, as quais não vemos - apenas ouvimos via speakers do carro - são, sem exceção, excelentes.

Extremamente bem dirigido, Locke ainda se completa por ser um filme com um visual elegante, utilizando sinais de trânsito, reflexos e desfoques de luzes de carro para pulsar um ambiente incontrolável e para afogar o personagem em informações visuais quando necessário - alusão ao turbilhão de emoções pelo qual passa durante todo o filme.

Se o tema central do filme é assumir o peso da responsabilidade pelas escolhas feitas, então a escolha de colocar o peso do filme no ator vale toda a experiência de assistir a Locke.



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